16/03/2011

Venho através deste,pedir-lhe ajuda,pois estou desesperada. Sou mãe solteira,tive meu filho aos 30 anos,o qual foi muito desejado e aceito, apesar de não ter seu pai junto dele.Tive uma gravidez maravilhosa, minha família não me descriminou.Tinha trabalho fixo e bem remunerado, morava só e tinha como me sustentar e ao meu filho e nunca dependi de seu pai.Assumi meu filho de corpo e alma, dediquei-lhe até hoje minha vida a ele.Sempre procurei lhe proporcionar tudo de bom e sempre lhe dei todo o meu amor.Quando criança e adolescente foi muito bom para mim, doce e tranqüilo. Mas hoje, aos 22 anos, parece que se transformou em outra pessoa,me trata mal, me humilha, me agride físico e verbalmente.A nossa convivência esta insuportável, dilacerante, tenho medo até de perder meu amor por ele. Por isso penso em deixá-lo e ir viver só, pois preciso de paz e serenidade para tocar minha vida e isso faz tempo que perdi. Tudo que faço,que digo está errado, sempre que vou me posicionar diante dele. Por favor, Dr. Luiz, me de uma luz, o que devo fazer, como agir. Devo ir embora viver minha vida e deixá-lo viver a dele, agora que já é um homem. Me ajude e serei eternamente feliz, pelo simples fato de responder a este email. Ficarei aguardando sua resposta. Um abraço.

Cara Leitora.

Os filhos são criados para o mundo e devemos permitir que eles se afastem de nós quando ficam adultos. Tal afastamento se dá gradativamente, aos poucos eles vão se interessando mais pela companhia dos colegas, depois das namoradas e dos namorados e fica para nós a alegria de ter contribuído para o crescimento e desenvolvimento deles.

A relação pai (mãe) filho é uma relação de doação, devemos dar a eles – e damos – nosso amor incondicional sem nada exigir em troca. Costumo dizer a meus filhos que o quero deles apenas que cuidem de meus netos de modo igual ou melhor do que cuidei deles.

Quando existe uma dificuldade nesta separação acontecem situações semelhantes à que você está descrevendo com seu filho. Os jovens ficam impacientes e se sentem invadidos, sufocados, por uma relação que eles querem mais distante e menos envolvente. Muitas vezes se tornam agressivos, como você descreve seu filho, e a melhor atitude é mesmo a de se afastar e deixar espaço para eles viverem a vida como acharem melhor. Geralmente quando conseguimos agir assim eles mais tarde voltam para reconstruir a relação conosco em bases mais de acordo com a realidade deles e então se consegue uma relação mais sólida e mais verdadeira, ou seja mais de acordo com a nova verdade construída por dois adultos.

Aos 50 anos devemos ter a sabedoria de nos “divorciarmos” de nossos filhos e vê-los seguir suas próprias vidas, de preferência em casas separadas para melhor caracterizar a independência deles. E aí estamos prontos para encontrar novos relacionamentos, novas amizades, uma nova vida.

Um comentário:

Anônimo disse...

Fico abrindo seu blog para acompanha-lo e percebo que o sr. não tem atualizado como fazia antigamente.
É uma pena, pq gosto muito do seu blog.
Carla