08/03/2011

08 de março

Oi Py

tomei uns copos de vinho depois do trabalho, li umas mensagens do seu blog.

E achei curiosa a idéia de viver sem pensar na morte.

Pensei: pensar na morte não é mórbido, é normal. Minha filha diz "Ai, mãe! pra que falar disso?"

A morte nos acompanha desde sempre, e é certa!

Já tive depressão. Eu sabia que a vida não valia a pena mesmo. Era apenas uma questão de consideração com meus parentes, minha filha...

Pensava no suicídio como uma tremenda falta de educação e respeito com as pessoas mais queridas.

E como você disse: a gente supera as tragédias pessoais - dívidas, desemprego, separações, deslealdade, etc.

Então "de repente" (depois de muita análise) renasce e acha que tem... 23 anos, e a vida está se abrindo pra nós.

É incrível!

Eu fui lá no seu blog, mas sou ansiosa demais pra me comunicar com as pessoas pela internet... acabo meio ilhada.

No fundo gosto desse mundo estranho de cartas enviadas pelo correio, e-mail...

Hoje mesmo no ensaio, falei sobre a morte dos meus pais.

Coincidência achar sua mensagem hoje

um beijo com carinho

XXX

Sobre pensar na morte, há dois enfoques. Inútil pensar em termos de sofrimento pela perspectiva de morrer, pois a morte um dia chega mesmo. Quanto a pensar em termos de nossa finitude, é importante por nos ajudar a entender que a vida é curta e não temos tempo a perder com bobagens, vaidades, rancores coisas sem importância. Também porque a vida acaba logo, é pouco prático ficar se preocupando com nossa imagem, visto que dentro de cem anos estaremos todos mortos e ninguém vai se lembrar mais do que fizemos de bom ou de ruim. Resumindo, penso que a vida é um privilegio a ser saboreado enquanto possível.

Beijos carinhosos.

Py

Nenhum comentário: