08/02/2011

Hoje escutei uma cliente falar de sua vontade de morrer. Negava que pretendesse se suicidar, dizia que acha uma agressão às pessoas próximas, mas não sentia a menor graça em viver. Afirmou que não era e nunca havia sido feliz e que nada na vida lhe interessava. Me veio à lembrança a sua recente briga com o filho e lhe disse que me parecia que esta briga tinha tido um efeito muito negativo sobre ela. Ela concordou e pensei em que coisas da vida me interessavam e me ocorreu que criar meus filhos pequenos e amá-los me motiva a viver. Penso mesmo que um novo filho fará recrudescer esse meu desejo de viver e até que tais coisas como amar e criar filhos é que dão sentido à vida. Pelo menos, ao amá-los atendemos a impulsos instintivos fundamentais.
Jabor hoje nos diz, pelo jornal, que a morte acontece, mas não existe, que só existe a vida. Legal! Também acho que a morte só existe em nossa imaginação. Se não pensarmos nela como algo de nossa vida ela desaparece. Na verdade a morte é apenas o ponto em que a vida acaba, mas em si é nada.

Um comentário:

alice.carolina disse...

A morte às vezes nos aparece como um analgésico. Não queremos magoar ninguém, muito menos punir quem quer que se seja. Queremos apenas deixar de existir. Queremos que se apague toda a nossa trajetória de vida, que ninguém note que desaparecemos, para que assim, a dor deixe de existir também.