VIDA FUGAZ
Tudo o que diz respeito às questões sobre a nossa relação com as coisas transcendentes – crenças em Deus, entidades espirituais, vida após a morte – faz parte da busca espiritual, uma necessidade de todos nós. Essa jornada é fundamental para a felicidade das pessoas.
A busca espiritual começa com a percepção da impossibilidade de escapar da morte. Muitas alternativas são oferecidas para lidar com esse desconforto. Diferentes religiões pregam a possibilidade da vida eterna ou de sucessivas reencarnações. A idéia da morte fica adiada e uma outra vida nos é oferecida. Este consolo ajuda a maioria das pessoas a enfrentar a dor ocasionada pela perspectiva da morte.
Sentimos, também, necessidade de entender o significado da vida frente à certeza do fim da existência. Há duas coisas que a morte ensina de imediato. Uma: se a vida é tão fugaz, todos os acontecimentos terão uma importância limitada, pois em pouco tempo as pessoas que os viveram estarão mortas. Outra: sendo a vida tão curta não há tempo a perder com mesquinharias.
Temos pressa em saber o que realmente é importante para nós para que possamos nos dedicar de forma plena. É fundamental conhecer os nossos valores essenciais e, se necessário, repensar a validade de cada um deles
2 comentários:
Dr. Py, me permita discordar. Não acho que essa jornada seja fundamental para a felicidade das pessoas. Uma pessoa sem religião nem sempre é uma pessoa infeliz.
O Fernando Henrique Cardoso - assim como muitos outros - é ateu. Nem por isso parece triste,deprimido,sem metas ou objetivos de vida.
Tenho a nitida impressão que felicidade é genética. Se temos pais felizes e carinhosos somos assim, se os pais forem deprimidos, tristes e neuróticos, teremos essa genética também.É muito difícil lutar contra a genética e não consigo associar religião a felicidade. As pessoas religiosas que conheço deixam muuiito a desejar em todos os quesitos: Compaixão, amor ao próximo, um pouco de desapego ao dinheiro etc...Quando questionadas sobre o pq de tanta teoria e tão pouca prática dizem que estão tentando melhorar e que ninguem é perfeito. Concordo plenamente que ninguem é perfeito mas pessoas que não saem da igreja e fazem estudo biblico toda semana deveriam ser um pouquinho melhores do que as pessoas de fora desse meio. Dificil...
Abs.
Oi, Zulma. Existe uma diferença crucial entre espiritualidade - que é o assunto do qual estive falando - e religião. Geralmente a religião funciona como um empobrecimento da espiritualidade, pois muita gente delega para a religião uma relação mais íntima e profunda com sua própria espiritualidade. Isto torna a relação com a espiritualidade em uma coisa mecânica, rasa e estéril.
Quanto a ser ateu, isto não impede a pessoa de ser espiritualizada. Deus não tem necessariamente a ver com espiritualidade. Deus pode ser apenas uma forma de procurar explicar a vida e o universo. Portanto, não acreditar na explicação chamada Deus, nao impede que a pessoa valorize sua espiritualidade.
Em relação à felicidade, claro que em tudo o que é vivo existe fatores genéticos, mas a felicidade se constrói. E se constrói a partir da noção de que felicidade é um fenômeno interno diferente de alegria que é uma reação ao que acontece conosco, externamente.
Qualquer hora vou postar alguma coisa mais sobre isto, extraida de meu livro "A felicidade é aqui".
Postar um comentário