18/10/2010

O JOGO DO CONTENTE

Poliana é a personagem de uma série de livros juvenis, que esteve em moda há cem anos. Uma menina órfã, passando por sofrimentos e dificuldades, que estava sempre de bom humor. Frente a qualquer dificuldade, encontrava razões para ser feliz. Ela praticava o "jogo do contente", que consistia em lembrar a si mesma que as situações difíceis podiam ser piores do que eram e que ela devia ficar contente por não estar vivendo tragédias maiores. Se ela ficava doente, imaginava que a doença poderia ser mais grave e se alegrava por não estar gravemente enferma. Quando se machucava imaginava que o acidente poderia ter tido conseqüências mais sérias, e assim por diante.

Com o passar do tempo, os livros começaram a ser criticados como sendo "água com açúcar", pouco realistas. E as pessoas que tentavam se consolar de seus infortúnios afirmando que as coisas podiam ser piores eram ironizadas, chamadas de “polianas”.

A história de Poliana, no entanto, nos ensina uma lição. Aceitar nossos infortúnios como o preço pela vida. Ter a compreensão de que ela vem acompanhada de sofrimentos, mas também de alegrias. E que devemos nos alegrar não só com as coisas positivas que acontecem mas com as negativas de que somos poupados.

2 comentários:

Z disse...

Tenho uma amiga que faz o jogo do contente e tinha uma certa implicância por ela muitas vezes não enxergar a realidade nua e crua. Passados mais de vinte anos da nossa amizade cheguei à conclusão que ela é que está certa. Pra que sofrer por antecipação e muitas vezes sem necessidade?
Abs

Luiz Alberto Py disse...

Como digo lá no começo do blog, noventa por cento das piores coisas da vida não acontecem.
Abrs.