24/11/2010

O VÔO DA ÁGUIA

Conta-se que a ave mais longeva é uma espécie de águia existente na América, capaz de viver 70 anos. Todavia, para viver tanto, ela tem que atravessar uma crise e superá-la. Por volta dos quarenta anos, ela deverá tomar uma série de difíceis e dolorosas providências. Nessa idade, ela está com as unhas excessivamente compridas e flexíveis, o que impede de agarrar as presas das quais se alimenta. Seu bico alongado e pontiagudo se curva e se torna praticamente inútil. Suas asas estão apontadas contra o peito envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas e voar se torna cada vez mais difícil. Para não morrer, a águia deve passar por uma dolorosa renovação que demora cinco meses.

Esse processo consiste em preparar um refúgio na montanha de onde ela não necessite sair. Lá, a águia bate com o bico na pedra até arrancá-lo. Então, espera nascer um novo bico, com o qual arranca suas unhas. Quando, depois de uma lenta regeneração, surgem às novas unhas, ela as usa para arrancar as velhas penas. Após meses em jejum nesse doloroso procedimento, a águia está pronta para viver mais 30 anos.

O exemplo da águia nos mostra que a sobrevivência é o prêmio pela superação da autopiedade e pela disposição em enfrentar o sofrimento. Tanto uma, quanto outra são necessárias para nos livrarmos do que atrapalha, principalmente velhos hábitos, lembranças e tradições. O medo de mudar pode prejudicar nosso futuro, não pela ausência de possibilidades, mas pela falta de coragem para romper com o passado. A coragem é filha do amor, mais precisamente da auto-estima. É ela que nos estimula a vencer os medos e nos oferece a energia necessária para encarar dificuldades e suportar sofrimentos em busca de evolução e processo.

Um comentário:

Zu disse...

Que coisa impressionante...nunca tinha ouvido falar nisso.
Assim como as águias, nós - seres humanos - devemos nos renovar para sobreviver a situações traumáticas.
Abs