21/10/2010

A QUALIDADE DO AMOR

Comparar é uma das melhores formas de aprendizado. Ao comparar observamos semelhanças e diferenças entre os objetos investigado e, refletindo sobre o que vemos, enriquecemos nossas informações. Mas para comparar de forma ú til é preciso levar em conta as diferenças de contexto entre as informações, coisas ou fatos que estão sendo verificados. É comum cotejarmos situações vividas em diferentes épocas. A lembrança de um sabor inconfundível, valorizado pela juventude da boca que o aprecia, supera a qualidade de qualquer banquete sofisticado. Todos trazemos lembranças doces da infância, que nos falam de um paraíso que se perdeu com o tempo. Na verdade o frescor dos sentidos jovens, aumentado pela necessidade de valorizar um passado já vivido cria lembranças distorcidas que excedem as possibilidades da realidade atual.

Na contramão desta expectativa, vamos nos deparar com o encontro amoroso. Cada momento de amor, cada nova relação nos parece melhor do que a interior. As lembranças que temos das primeiras relações amorosas, apesar do imenso encanto, incluem as dificuldades naturais dos jovens: a insegurança sobre o amor do outro que estimula o ciúme, a incerteza sobre qual a melhor forma de amar e sobre a nossa capacidade para levar avante o relacionamento. Toda vez que uma pessoa inicia um novo amor, é levada a examiná-lo em comparação com situações anteriores. É natural que se proceda assim, mas é uma avaliação injusta, pois embora a intensidade do amor juvenil tenha uma carga valiosa, a qualidade de um amor mais maduro é imbatível.

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