10/09/2010

DÚVIDAS SÃO SAUDÁVEIS

Quase todos nós padecemos, em maior ou menor grau, de inseguranças. As exceções ficam por conta dos donos da verdade, que têm certeza de tudo e não cultivam dúvidas, e daqueles pobres coitados que povoam os hospícios. Quando comecei, ainda estudante de medicina, a trabalhar em hospitais psiquiátricos, chamou-me a atenção a segurança com que os internos referiam-se a seus delírios como sendo absolutas verdades. Isso me levou a compreender que o que nos enlouquece não são as dúvidas, mas as certezas. Conviver com a insegurança e as dúvidas é, portanto, normal e saudável, embora difícil e doloroso.

Quando o adolescente começa a ensaiar sua vida adulta, passa a sofrer situações de insegurança. Seu primeiro olhar para os jovens do sexo oposto é sacudido pela angústia sobre como será avaliado. Vida a fora, seguimos amedrontados com o julgamento alheio e, principalmente, com o nosso. As preocupações quanto ao futuro são também fonte de insegurança. Assustam, pois não se poder prever o dia de amanhã.

Como segurança, remédio ideal, não nos é possível, só nos resta fortalecer a confiança. É ele que irá amenizar a ansiedade causada por não se poder ter segurança. A confiança em nossos esforços para fazer sempre o melhor possível trará a certeza do dever cumprido através da vida.

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