29/09/2010

DOENÇA DE ALZHEIMER

A doença de Alzheimer faz parte do grupo de doenças demenciais. Estas se caracterizam pelo desenvolvimento de múltiplas deficiências cognitivas e alterações de personalidade em um quadro crônico e geralmente progressivo. No Brasil, estima-se que a doença atinja um milhão de pessoas. A incidência aos 65 anos é de 5% e sobre para 20% aos oitenta anos, mas isto não significa que pessoas com menos de 65 anos não tenham a doença.

A doença de Alzheimer é definida como o envelhecimento prematuro do cérebro. Geralmente se inicia na metade da vida adulta e evolui com rapidez até a perda extrema da capacidade intelectual. Os pacientes necessitam de assistência contínua na fase final da doença.

Um dado consistente na doença de Alzheimer é a perda de aproximadamente 75% dos neurônios do núcleo basal de Maynert, uma peculiar estrutura do tecido cerebral. Os neurônios desse núcleo enviam fibras secretoras de acetilcolina para grande parte do neocórtex. Acredita-se que a acetilcolina ative, de alguma forma, os mecanismos neuronais de armazenamento e evocação das memórias.

O quadro clínico da doença se caracteriza justamente por uma dificuldade de memória. Esta é geralmente a primeira e principal queixa do paciente. O primeiro tipo de memória a ser afetada é a memória recente (memória de fixação), quando são esquecidos recados e acontecimentos recentes. Na primeira fase da moléstia pode ocorrer a depressão, porque o indivíduo tem consciência de que algo errado está acontecendo. À medida que a doença avança, fica evidente a dificuldade de memória, acompanhada de alterações de linguagem e de comportamento.

É uma doença lenta, progressiva, apresentando mais tarde, além de alterações significativas da memória recente, outras alterações, como a incapacidade de raciocinar, de compreender, de fazer juízo crítico. Também ocorre a dificuldade de utilização adequada dos órgãos dos sentidos, dificultando a percepção, a atividade motora e a comunicação. Isso gera confusão mental e diminui paulatinamente a capacidade da pessoa de cuidar de sua higiene e vestuário, de gerir sua vida emocional e profissional, até perder a capacidade de escrever e fazer cálculos simples.

O tratamento abrange duas áreas. A primeira trata as alterações de comportamento, como agitação e agressividade, e as alterações do humor, como a depressão. A abordagem terapêutica deve ser dupla: com medicação e com orientação de diferentes profissionais de saúde. A segunda é o tratamento com drogas destinadas a corrigir o desequilíbrio químico do cérebro. Este funciona melhor na fase inicial da doença e visa a diminuir o ritmo de progressão da enfermidade, pois esta ainda não tem cura.

Um estudo recente identificou uma redução de cerca de 50% na prevalência da doença de Alzheimer em mulheres que tomam estrogênio após a menopausa, mostrando um retardamento do início da doença. O estrogênio tem uma ação antioxidante e protege o cérebro dos radicais livres, que estão envolvidos em várias doenças vasculares e neurais.

Entre os vários fatores que podem ter um efeito preventivo contra doenças que atacam o cérebro, podemos destacar, em ordem de importância os seguinte:

- estrogênio e antiinflamatórios;

- exercício físico, que melhora a memória, provavelmente porque proporciona um aumento de oxigênio e nutrientes no cérebro;

- exercícios mentais e estudo que estimulam a formação de mais conexões entre os neurônios, o que pode compensar em parte a diminuição de neurônios que ocorre com o avançar da idade, principalmente na doença de Alzheimer;

- prevenção de traumatismos na cabeça, pois eles aumentam o risco da doença de Alzheimer;

- controle do estresse, porque ele causa danos no hipocampo, uma parte do cérebro envolvida com a memória;

- boa nutrição, que inclua alimentos ricos em antioxidantes, como vitamina E e selênio;

- o uso da erva ginkgo biloba tem mostrado um efeito positivo na melhora da lucidez mental, mesmo em pessoas já acometidas da doença de Alzheimer.

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