17/08/2010

A LIÇÃO DAS CRIANÇAS

Dar vida a uma criança é uma decisão puramente afetiva, onde a razão entra apenas para ajudar a concretizar o projeto emocional. De um ponto de vista simplesmente racional, ter um filho é um mau investimento; gasta-se muita energia e uma enorme quantidade de dinheiro para transformar uma criança em adulto e o retorno econômico é, na maioria dos casos, praticamente nenhum. Se avaliássemos a questão por motivos exclusivamente racionais, nada haveria que justificasse a empreitada de criar filhos.

As pessoas são levadas a desejar filhos por um instinto magnânimo. Por um lado, existe o determinismo da natureza que nos impele a buscar a procriação. Por outro lado, e, o mais importante, há o amor generoso que nos mobiliza e canaliza nossa energia para essa tarefa, tão doce quanto árdua. Gerar filhos é fundamental não apenas para a sobrevivência da espécie, que é o lado instintivo, mas principalmente pela carga de altruísmo e bondade que está presente no amor às crianças. Elas precisam ser amadas para poder crescer e nós, adultos, necessitamos liberar esse amor para nos tornarmos maiores e melhores. O instinto paterno (e materno) representa o altruísmo e a generosidade que como qualidades primordiais no seres humanos os ajudaram a sobreviver nas condições adversas de seu ambiente primitivo.

Ao permanecermos conectados com essa força instintiva positiva, criamos condições favoráveis para manter e desenvolver a felicidade. Dito de outra forma, uma das maneiras mais simples e eficiente de um adulto cultivar sua felicidade consiste em exercer a possibilidade da paternidade/maternidade. Não é necessário ter filhos, mas cuidar de crianças, ajudá-las a crescer e amá-las, favorece o sentimento de felicidade

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