29/07/2010

AS DORES INEVITÁVEIS

Frequentemente se ouvem pessoas lamentando a morte de um animal de estimação e afirmando que nunca mais vão querer ter outro. Alegam que se afeiçoam ao bicho e depois sofrem quando ele morre. Esse tipo de atitude mental não fica restrito à relação com animais. O elemento dominante aí é o medo do sofrimento e a determinação de evitá-lo a qualquer preço.
Quando alguém procede assim, não percebe o alto custo de sua covardia. Está abrindo mão de anos de alegria na companhia de um animal doméstico face à impossibilidade de evitar alguns momentos de dor. Isso é verdade também para outras atitudes semelhantes como fugir de relacionamentos amorosos, evitar filhos, abandonar situações de competição, e assim por diante. É preciso ver com clareza a covardia frente à vida e esse medo de sofrer que podem nos levar a empobrecer a existência. Só se entendermos o prejuízo que estamos nos causando é que podemos tomar a atitude corajosa de mudar a maneira de nos conduzirmos e assim tornar nossa vida mais intensa, mais plena, mais rica. Dispondo-nos a pagar o preço dos sofrimentos inevitáveis, conquistamos a possibilidade de grandes prazeres e satisfações.

Nenhum comentário: