09/12/2010

APRENDENDO A PERDER

Freqüentemente observamos o desespero em que uma pessoa mergulha ao perder o objeto de seu amor. É um marido ou uma namorada que perdem sua parceira ou seu parceiro, uma relação que se desfaz, coisas que acontecem o tempo todo. Nem por isso a situação da pessoa abandonada é menos dramática – seu sentimento chega a ser de que a vida não vale mais a pena. A dor e a tristeza passam a morar em sua alma e um luto, por vezes prolongado, se estabelece. Além disso, a perda de parentes e amigos também pode ser muito traumática, principalmente quando, por ser inesperada, não tivemos possibilidade de nos preparar para ela.

Existe uma disciplina pessoal capaz de nos proteger de situações de tamanho sofrimento. Ela se estabelece a partir da constatação de que só devemos nos permitir possuir o que podemos suportar perder. Isto deve ser verdade tanto em relação a pessoas quanto em relação a objetos. Quando supomos que uma determinada perda não será suportável, convém considerar a idéia de não tentar obter aquilo cuja privação será intolerável. Uma vez que este conceito seja assimilado, podemos evoluir para uma formulação mais madura: para não abrir mão de tentar ter o que desejamos ou para evitar desvalorizar o que já temos, devemos nos preparar para conviver com perdas eventuais. Estar preparado para abrir mão do que temos, suportar uma ausência dolorosa e viver apenas do que somos é fundamental para garantir a sobrevivência nos momentos difíceis. Nossa vida e nossa felicidade devem depender apenas de nós mesmos senão de algo que podemos ou não possuir, ou de alguém com quem podemos ou não conviver e trocar amor.

Devemos levar em conta a reflexão que nos diz que o que foi ou é bom, nem sempre o será no futuro. Ela pode nos ajudar muito, pois nos facilita pensar que perder o que temos nos auxilia na conquista de coisas novas.

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