08/09/2010

A PERDA DE UM AMOR

Há determinados momentos na vida de uma pessoa em que ela se vê frente ao brusco término da relação com alguém especialmente amado. O sentimento de perda é arrasador. A impressão é de que a vida perdeu o sentido e a pessoa se sente como se estivesse morta ou morrendo.Certamente alguma coisa lá dentro morreu. Aquele outro se torna uma ausência, uma falta dolorosamente sentida. Em períodos como esse, tenta-se – da maneira que for possível - sobreviver e manter a esperança de um futuro melhor.

Existe uma sensação de fracasso, de derrota e, na maioria das vezes, um vago sentimento de culpa que acompanha a inevitável pergunta: “Onde foi que eu errei?” Com freqüência, persiste a frustrante ilusão de um possível retorno que finda não acontecendo. Lidar com os destroços de um amor encerrado pelo parceiro é uma tarefa penosa, tal qual tentar sobreviver a um naufrágio. A sensação de que as emoções estão mortas dentro de si acompanha permanentemente a pessoa. Quando o sentimento de culpa não impera, somos dominados por uma sensação de impotência e pelo sentimento doloroso de estar sendo vítima de uma injustiça: “Fiz tudo direito, amei e me comportei bem, fui fiel, não merecia isso.” Como se a retribuição do amor decorresse de merecimento.

Mas a vida surge. Sempre. Ela é mais forte do que a tristeza: supera o peso da dor e ergue-se impávida. Pode demorar. Os que já passaram por isso sabem que em algum momento todo o sofrimento passa, a tempestade se desfaz, o bom tempo volta e o sol torna a brilhar, aquecendo a alma e iluminando os caminhos. Quem ainda não chegou a esse ponto pode acreditar: isso passa; pode demorar, mas passa. É preciso manter viva a chama da esperança e acreditar na capacidade de ressurreição do coração arrasado. Sempre haverá no futuro a possibilidade de um novo amor e é necessário estar preparado para receber essa dádiva preciosa. Um dia, em um futuro por vezes nem tão distante assim, uma nova paixão ilumina com seu brilho a alma, como o sol que ressurge e nos aquece após um longo período de mau tempo. Ou como a primavera que rebrota depois de um longo e escuro inverno. A vida se impõe. Sempre.

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