17/09/2010

DIZER NÃO

Algumas pessoas têm enorme dificuldade para dizer não. Já ouvi diversas queixas de clientes relatando que contrariar os outros, ou negar-se a atender a algum pedido, pode se muito doloroso, até mesmo insuportável para eles. A origem do problema está no fato de que uma negativa é facilmente interpretada como a expressão de uma atitude de rejeição e, portanto, quem a recebe pode reagir com raiva contra o autor da frustração. Muitos ficam completamente paralisados frente à perspectiva de serem responsabilizados por um não e serem vistos como alguém que está rejeitando o outro. Para superar essa dificuldade, basta se preparar para enfrentar as situações difíceis que podem ocorrer em função de um não e aprender que muitas vezes nada de grave acontece e que a irritação alheia é plenamente suportável.

Da mesma forma que dizer não é difícil, ouvi-lo também pode ser uma tortura. Muitos não conseguem fazer um pedido, por mais simples que seja – como, por exemplo, abordar alguém na rua em busca de uma informação – com medo de receber uma resposta negativa. Para tais pessoas, o sentimento de rejeição ligado à negação é forte, recria uma situação emocional de sofrimento tão intensa, que preferem deixar de arriscar uma vitória para evitar a dor do não. Estas pessoas fazem parte do grande grupo daqueles que chamamos habitualmente de tímidos.

A solução para esse tipo de dificuldade está em provocar respostas negativas até se habituar com elas e para que estas fiquem desvinculadas dos sentimentos de rejeição. É como se fosse um tratamento de dessensibilização para a cura de uma alergia. Quando uma pessoa se exercita em suportar determinado sofrimento, se torna capaz de conviver com ele sem dificuldades.

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