24/08/2010

CHEGA DE NEURA!

Existem dois tipos de medos – os úteis e os inúteis. Vou explicar melhor: os primeiros são os que nos ajudam a nos proteger de algum perigo. Os inúteis são os que fazem a gente sofrer (esquentar a cabeça, mesmo!) sem que se possa fazer alguma coisa para mudar o atual cenário. Como o receio de ficar velho, por exemplo. Esse é um típico medo inútil, pois, no fundo, sabemos que estamos diante de uma única alternativa, a morte. O que fazer para driblar essa trajetória natural? Saber distinguir o que é ficar idosa – inevitável – e ficar velha – o que pode ser remediado tomando cuidados com a saúde.

Ora, somos obrigados a reconhecer que o envelhecimento, hoje em dia, é bastante combatido pela medicina moderna, que nos oferece muitos instrumentos para adiar esse destino fatal. Por outro lado, você pode valorizar os aspectos positivos da idade avançada, como uma maior serenidade frente à vida, a capacidade de melhor saborear os bons momentos e a sabedoria que vem junto com a maturidade. Com o passar dos anos você terá uma bagagem que lhe fará uma pessoa especial, segura de si, madura, que sabe o que quer e se realiza naquilo que realmente tem sentido, e não somente na superficialidade de uma aparência mais bela. Ou seja, o tempo pode fazer de você alguém com mais conteúdo e valor.

O horror de engordar é algo que acomete 100% das mulheres e, por certo, tende a lhe ajudar a se conter na hora das tentações. Ele, inclusive, pode ser de grande valia para a manutenção da saúde e da beleza. Na prática, você vai tomar as devidas precauções para não permitir que o número do se jeans vá parar nas alturas. O receio de ser incapaz de levar seu regime adiante também pode ser um coadjuvante precioso para que suas boas intenções não sumam depois de alguns dias de esforço. E se você, por acaso, tem também o medo nada raro de nunca conseguir ficar satisfeita com sua imagem no espelho, lembre-se de que isso é parte da maneira feminina e exigente de ser. Trata-se de uma inquietação que não deve ser levada muito a sério. O segredo é ser generosa consigo mesma e procurar se ver imaginando uma perspectiva masculina, que é bem mais complacente e interessada em valorizar seus pontos favoráveis e positivos. Não se convenceu? Um olhar realmente valioso não está preocupado com meras imperfeições. Por certo um homem interessado em uma relação séria vai estar mais focado no seu interior, muito mais rico e importante para reconhecer você como uma parceira que viverá uma verdadeira relação de amor.

2 comentários:

Zulma disse...

Dr. Py, todos temos nossos medos. Tenho medo de cirurgia/anestesia, assalto, que meu filho vá para a balada de madrugada e bata o carro, etc...Meu marido diz que sou muito medrosa mas um dia disse a ele que tenho medo de coisas passíveis de acontecerem e ele tem medos de coisas que a meu ver não são perigosas: escuro, lugares fechados, elevador.
Depois disso ele nunca mais me disse que sou medrosa e fiquei até com pena de ter falado isso a ele. Ambos somos medrosos só nossos medos é que são diferentes, não é?
Abs.

Luiz Alberto Py disse...

Zulma, você falou bem, tem medo de coisas possíveis. Mas isto é pouco positivo.
Costumo dizer que saudável é ter medo do provável e neurótico e ter medo do possível, porque tudo é possível.
Seu marido parece ter fobias, o que já é outra coisa diferente - o medo irracional.
Sugestão: avalie a probabilidade de acontecer na verdade aquilo de que você está com medo. E lembre-se de que é inútil ter medo, pois - por exemplo - nada você poderá fazer para evitar um acidente com seu filho, ou um assalto. E se nada se pode fazer o melhor é relaxar e economizar nossa energia para usá-la quanto tivermos algo que possa ser feito.
Saudações.
Luiz Alberto Py