22/07/2010

Sabendo ser bobo

Esta história eu ouvi há muitos anos, é do tempo dos mil réis.
Conta-se que, numa pequena cidade do interior, um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia. Um pobre coitado de pouca inteligência que vivia de pequenos biscates e de esmolas.
Eles chamavam diariamente o bobo ao bar onde se reuniam e lhe ofereciam a escolha entre duas moedas - uma grande, de 400 réis, e outra menor, de dois mil réis. E o bobo sempre escolhia a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos.
Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o de lado e lhe perguntou se ainda não havia percebido que a moeda maior valia muito menos. "Eu sei" - respondeu o bobo, demonstrando que, na verdade não era tão tolo assim - "ela vale cinco vezes menos, mas no dia que eu escolher a outra a brincadeira acaba e não vou mais ganhar minha moeda."
É possível extrair diversas conclusões desta pequena narrativa. A primeira: quem parece idiota nem sempre é. Dito em forma de pergunta: "Quem eram os verdadeiros tolos da história?"
Outra: se você for ganancioso acaba estragando sua fonte de renda e termina matando a galinha dos ovos de ouro. Mas a conclusão mais interessante, a meu ver, é a percepção de que podemos estar bem mesmo quando os outros não tem uma boa opinião a nosso respeito. Portanto, o importante não é o que pensam de nós, mas o que realmente somos.

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